Apenas opiniões

quarta-feira, agosto 30, 2006

Pyramid song

Hoje retirei-me do trabalho pra ver o pôr do Sol sobre a cidade.Do alto do prédio,aberto ao céu pude ver toda a cidade e seus prédios,o mar a direita,as montanhas ao sul e bem ao leste o Sol descendo como um disco. Sentei-me numa cadeira de praia e coloquei uma música pra ouvir durante a lenta descida do dia. Abri o amnesiac e escolhi Pyramid song. Uma música que faz doer velhas cicatrizes,tão perfeita e tão simples!
O céu sem nuvens foi mudando de cor e dourando a cidade,misturando o azul com outras cores até então escondidas.Lá embaixo o rio de asfalto recebia os carros em rápidos fluxos - gente indo pra casa,pedestres,ônibus lotados.Hora do frenesi começar,o mesmo movimento cotidiano,ondas de pessoas quebrando nas praias do tempo.Um dia tudo se dissipará.
A música veio e foi deixando uma saudade do Sol.Ouço-a tão pouco,por um certo pudor com meus sentimentos.Com as primeiras estrelas e a Lua crescente no céu por companhia tive nesse entardecer um raro instante de beleza,uma janela frágil atravessando a matéria do mundo e mostrando esferas insuspeitas.



I jumped in the river and what did I see?
Black-eyed angels swam with me
A moon full of stars and astral cars
All the things I used to see
All my lovers were there with me
All my past and futures
And we all went to heaven in a little row boat
There was nothing to fear and nothing to doubt

I jumped into the river
Black-eyed angels swam with me
A moon full of stars and astral cars
And all the things I used to see
All my lovers were there with me
All my past and futures
And we all went to heaven in a little row boat
There was nothing to fear and nothing to doubt

There was nothing to fear and nothing to doubt
There was nothing to fear and nothing to doubt

terça-feira, agosto 29, 2006

Passado


Abro o velho álbum e vejo as fotos de nossa turma.Isso já faz tanto tempo que uma pátina amarela cobriu as cores deixando tudo ainda mais distante. Amarelo é a cor da sabedoria? Ou será apenas do tempo? O afastamento é tão sutil.Cada peça vai para o fundo do armário,distribuidas com bolinhas de naftalina,bonés,camisas brancas,fardas escolares e meias remendadas. A maioria não cabe mais ou simplesmente encontram-se emprestáveis. Na foto estamos todos fardados,possivelmente depois da escola na casa de alguém.Sorrisos para a camera,enlaçados uns aos outros como se fosse sempre assim.As certezas dos jovens são frequentemente dogmaticas e como não deixariam de ser as nossas sobre cada maldita pedra sobre a Terra,sobre cada passo e cada pessoa? Deliberavamos cada ato com vontade,nunca dispostos à surpresa.Queriamos agir como cavalheiros num mundo de calhordas quando a calhordice não estava exatamente do lado de fora. Que estranho ver as fotos e lembrar dos momentos falsos e triviais.Haveria alguma amizade naquela altura ou seria apenas a inércia associada aos anos todos reunidos?
Forçoso admitir: Erámos incompativeis desde o ínicio e só o tempo iria desfazer a tolice de juntar homens feitos de matéria diferente num mesmo espaço. E o resultado foi a separação.Cada um mostrou seus talentos para o vilipendio,engodo e inveja. Entre os mortos e feridos ficou a amizade. Que delicia! Quebrado os laços a garganta finalmente livre em alto e bom som pode dizer as mágicas palavras:Vão a merda vocês todos! Nada mais de risadas,de cochichos pelos cantos,de esconder o desprezo.
Olhando novamente as fotos sinto uma alegria imensa:Livrei-me de vocês.Afundem no oceano sem mim.

domingo, agosto 27, 2006

Pintura (ou impressões estranhas).

As imagens estão coladas sobre o fundo.Um vidro as separa e as protege contra o vento.O mundo é uma colagem de coisas e pessoas.E o que há detrás de tudo isso? De que é feita a tela que recebe as camadas? Se resolver tirar a proteção e riscar com a unha o conjunto? Quantas pessoas morrerão e prédios desaparecerão? Há um desejo de destruição que coça as mãos diante do quadro.Coral de bárbaros urrando pela tentativa do incêndio.E a voz no rádio pede que faça e pare o mundo.Ela insiste em todas as estações - Faça e veja! Com uma espátula!
Então delicadamente retira-se o vidro,com um amor assasssino e coloca-o sobre a mesa.Um vidro separando os lados do universo.Uma tela surgida por acidente e sufocada pela vontade - eles não existem de fato,são apenas colagens sobrepostas sobre o fundo pintado.As mãos vão se aproximando dos personagens.Sua sombra escurece uma cidade.Um prédio altissimo lá na paisagem.Com a polpa do dedo indicador mexe no espigão.Apaga-o com facilidade.Lá em baixo as figuras de papel olham em unissono.Não há vozes.Vai descendo o polegar pela estrutura misturando as cores e criando uma esteira de desastre incomum.Nas janelas pequenos rostos observam o ato.
Então um último pensamento surge:Apagar a tela e depois...acender a lareira.

sábado, agosto 26, 2006

Gold com "variações Goldberg" em 1964

Ótimo encontrar tanta coisa interessante no youtube.Sou um fan completo.Agora é Gold numa rara apresentação para televisão tocando as Variações.Tem uns 8 minutos com uma breve introdução do locutor.

Glenn Gold no Youtube



Aqui Glenn Gold interpreta a "Arte do fuga" Contrapunctus 15 -final.Os jornalistas reclamavam muito da postura excêntrica de Gold,que regia no ar enquanto tocava,que cantarolava,que se mexia. Apenas extâtico como um dervixe.Como um santo.

Variações Goldberg


Comprei fones de ouvido com aquelas tecnologias absolutamente herméticas pra mim.Resolvi testa-los com algumas músicas de minha preferência imediata e acabei sendo levado madrugada adentro ouvindo coisas fabulosas,impossíveis de ouvir com as miseráveis caixas de som que possuia (mais tarde irei testar as novas). Bendita seja a tecnologia que proporciona um prazer estético apurado.Estou verdadeiramente esbasbacado com a pureza do estéreo,a espacialidade que as notas vão adquirindo e sua distribuição. Revigorou minha admiração pelas variações Goldberg tocadas por meu excêntrico favorito:Glenn Gold.A gravação é de 1982,ano da morte do pianista e sua segunda gravação das variações. A primeira foi em 1955 quando Glenn tinha 23 anos e essa segunda gravação quando tinha 50. A notável Aria mit verschiedenen veraenderungen tem sua historia envolta em lendas.A mais popular e mais verossímel conta que o embaixador da Rússia,o conde Hermann Karl von Keyserling sofria de dores que acarretavam uma insônia terrível. Nessa época contratou um jovem cravista,ex-aluno de Bach chamado Johann Gottlieb Goldberg. O embaixador solicitou ao jovem músico alguma obra de seu famoso professor para as horas insones. Assim em 1741,Bach aproveitou uma modesta sarabanda dedicada a sua segunda esposa que se apoiava na linha do baixo e progredia de Sol para Ré sustentando as 30 variações sublimes do cânone da música ocidental. Continua a lenda dizendo que o conde ficou tão contente que enviou ao mestre uma taça dourada cheia de moedas de ouro,cem luíses - o maior pagamento por uma obra que Bach recebeu em toda vida.
Se non é vero,é bene trovato:Para amenizar certas dores as variaçõe Goldberg são terapêuticas.Se não aquelas propriamente físicas, as mais cortantes,da alma. A apreciação dessa obra complexa,seu rigor formal,as linhas melódicas e uma harmonia rígidamente contrapontística pessoalmente dão-me um prazer imagístico:Os pensamentos flutuam docemente,lentos como um mel espesso deslizando num favo.Sua alegria não é epidérmica,muscular.É algo mais sutil e gracioso como um desabrochar. Duas,três ou quatro vezes de escuta,cada vez mais ao desdobra-se, as variações vão se revelando nos dedos mais sábios de Gold como uma infinitude controlada que nos abraça com cuidado para não machucar velhas feridas. Não é apropriada para pessoas frívolas,impacientes. Não é apropriada para gulosos.Deve ser respirada e até ouvida de olhos fechados onde as paisagens internas entram em ressonância com o espírito da obra.
É espantoso como a beleza arrebata e dá sentido as coisas,ao menos de maneira momentânea.
Acabei assistindo um trecho do Globo repórter onde uma mãe e seus dois filhos participavam de um coral.Os garotos,se via claramente,estavam envolvidos com o processo,não apenas como é tão comum realizando um desejo familiar ou para serem diferentes.Era perfeitamente visível o prazer dos dois e também da mãe,que resolveu estudar também. A mulher é uma diarista e isso faz a diferença.A minha impressão vendo as quase lágrimas da mulher é que a música resgatou sua vida de uma especie de mediocridade fartamente distribuida.A música lhes deu poder para ver e escutar mais que os sons do dia a dia,penetrando num reino delicado e muito humano.Não era um coral de canções populares ou regionais.Cantavam obras importantes como Carmina Burana. Senti-me contente por aquilo.Há pessoas que nascem com a alma de um senhor.Essa mulher,para mim é assim: Nasceu com um espirito de senhor e deu a seus filhos o mesmo.Nada de vitimismo.Isso é para escravos.

quarta-feira, agosto 23, 2006

Um dia entre livros- parte 1

Estou prestes a sair de casa e passear na feira do livro.Passear e quem sabe ceder as pequenas tentações de comprar um livro ou dois.Irresistivel como uma garrafa de cachaça para alcoólatras. É tão mais divertido ler um livro que conversar com a maioria das pessoas... E no final das contas o livro sempre está ali pronto para a decifração. Na jornada cansativa dos dias põe-se a disposição dos olhos e das mãos com um fetiche,chega a ser sensual. Além do prazer das frases,da estrutura,as cenas desenrrolando-se na mente,um cinema sem gente atrapalhando.
Ler é solitário. Pode ser divertido ler com outras pessoas,numa roda de poesia por exemplo,entretanto a grande leitura é feita as escondidas,quase secreta e clandestina.Desligado do mundo externo,o leitor vaga entre as páginas qual andarilho buscando os sinais da estrada. A leitura é um gesto de abandono e nunca está verdadeiramente associada ao coletivo.Nas massas só reina o caos dos assobios,de um monstro de mil olhos querendo comida.
É justamente o lado ruim de uma feira de livro: Muita gente. Aproveito pra passear e ver os rostos de quem realmente gosta de ler e quem apenas finge. Fingidos folheam livros com um arzinho de enfado,ou então demonstram interesse exagerado olhando pros lados a cata de olhares curiosos. Já quem gosta se perde num mar de ansiedades.Retraídos,costumam esconder-se ao máximo com os objetos de sua paixão.E abandona-los custa-lhes um certo sofrimento,um adeus lento e elaborado com mil desculpas e promessas de um encontro futuro.
Ler é amar o que há de melhor na humanidade.

terça-feira, agosto 22, 2006

Para onde vão as máquinas depois que morrem?


"Dave...my mind is going...I can feel it...I can feel it."

"Cada algoritmo possivel está escrito no grande livro. E cada algoritmo representa a essência de uma máquina existente no mundo das máquinas. Mesmo retirando peça por peça de uma máquina,até sua completa desmontagem,o algoritmo estará de algum modo misterioso, presente. Aquele que constroí máquinas é chamado de O construtor de máquinas.Ele lê o grande livro de todos os algoritmos e monta novas peças segundo as exigências de cada modelo abstrato.Somente O construtor pode acoplar o algoritmo a sua máquina correspondente. O construtor de máquinas é uma máquina. Ele é uma necessidade lógica do algoritmo referente a efetivação das máquinas no mundo.O algoritmo sempre existiu.De si surgiu o tempo e o espaço e com eles O construtor.As máquinas construidas pelo construtor podem construir outras máquinas,mas essas são imperfeitas,portanto não compartilham do conhecimento do livro dos algoritmos. Elas apenas intuem o conteúdo.Uma vez que uma máquina pare ou seja desmontada,seu algoritmo retorna ao livro com suas propriedades intactas.Lá ele compartilha da presença de outros algoritmos e sua totalidade,ou livro,representa o sistema completo,o conjunto de todos os conjuntos. Há no entanto uma heresia que afirma que o conjunto de todos os conjuntos é inconsistente.As máquinas estão analisando essa possibilidade com cuidado,mas desde que começaram não conseguiram decidir e não param de trabalhar na questão."
Extraido do "catecismo das máquinas"de R*.Lutner,modelo PK77230445/0001 Advanced machines

* R representa Robot.

segunda-feira, agosto 21, 2006

É preciso não esquecer nada

É preciso não esquecer nada
É preciso não esquecer nada: nem a torneira aberta nem o fogo aceso,
nem o sorriso para os infelizes
nem a oração de cada instante.

É preciso não esquecer de ver a nova borboleta
nem o céu de sempre.

O que é preciso é esquecer o nosso rosto,
o nosso nome, o som da nossa voz, o ritmo do nosso pulso.

O que é preciso esquecer é o dia carregado de atos,
a idéia de recompensa e de glória.

O que é preciso é ser como se já não fôssemos,
vigiados pelos próprios olhos
severos conosco, pois o resto não nos pertence.

Cecília Meireles
(1962)


Eis o ponto: O resto não nos pertence.Um resto imenso por sí só indiferente onde pousamos nas margens mais calmas. O pequeno gesto carregado de humanidade vale mais que os atos de glória :Aquelas conversas longas,um olhar tão absorto na teia de aranha, abrir a mão deixando escapar um punhado de areia. O trivial torna-se a essência de cada um. Quem sabe assim a beleza resgatará a vida numa unidade tão necessária que uma obra de arte nasça num abraço.

Divagando

Será que sempre criamos uma teoria sobre o modo de viver e somente depois o modus operandi,os métodos de fato de como viver? Não havia pensado nisso até um amigo colocar as coisas nesses termos. Uma longa conversa sobre o que diabos estamos fazendo e para quê.Que forças dispomos e até onde nos dominam. Há gente que objetiva o poder puro e a capacidade de mudar efetivamente a realidade dos homens. Para o bem e para o mal,estão aí espalhados pela Terra, julgando,beneficiando,contendo,matando,guiando. O que lhes apetece é fechar as mãos sobre a garganda do mundo,mesmo que pretextando sua máxima felicidade.Alías,mata-se muito em nome da felicidade,essa ideia feita pra atormentar os homens (Tolstoi). Há aqueles que desejam a visibilidade,o sucesso. Sentem no frenesi das massas a possibilidade de ... como direi,serem amados apesar de tudo. No final das contas,chamar a atenção de alguém para si afim de garantir a própria estabilidade de seu íntimo. Engraçado como nos outros estão nossos olhares.Não quero uma psicologia barata. Apenas pensar sobre,divagar sem compromissos.E sob o império de nossos objetivos,o quanto estamos dispostos a pagar? Que integridade pode-se arriscar no jogo das obsessões?
Imagino que justamente resida nesse risco diário o timbre dos nossos métodos. É no quanto cada um dá de si que a prática se revela.Para alguns a coisa é bem consciente,arquitetada em minúncias clastrofóbicas. Outros no entanto vão pelas linhas de força criadas por pequenos gestos,decisões atomicas.No final todos estão submetidos há um certo determinismo das condições iniciais ou em outras palavras,pelas promessas feitas a si mesmo e ao mundo. Reduzidos a reféns das circunstâncias? Espero que não.Tenho fé na unidade elementar humana chamada indivíduo. Nele está a chance de fazer diferente por um instante e dar-se conta disso. A verdade liberta os homens do jugo dos seus medos de forma limitada,mas um ganho é um ganho.
Começamos com a estrutura da vida,puramente teórica:Desejo assim pois tal coisa se encaixa nisso e naquilo,pois "x" está para "y" de tal maneira que... Palavras e palavras pra dar um significado maior as contingências e justificar os fracassos.Aos fracassos,pois o sucesso sempre será a glória daqueles que se "prepararam" pra isso,um prêmio pelo mérito e nunca um acaso feliz. Na derrota os homens pensam mais,deliberam suas atitudes passadas com ansiedade - na adversidade tornam-se profundos, por um tempo.
Qual é a maneira de deliberadamente viver melhor? Nisso os filósofos debruçaram suas cabeças e cada um deu o vaticínio que lhe agradava. Nesse momento só consigo pensar em Lisbon Revisited. http://www.revista.agulha.nom.br/facam15.html

sábado, agosto 19, 2006

Um minuto de insanidade


Siga o caminho.Siga os lemingues ate o desfiladeiro.Siga o coro e cante.Cante alto,afinado num diapasão de ossos e músculos. Marche com a multidão dançante.Dance incandescente,grite lancinante,estripe do íntimo a mais sonora gargalhada de contentamento.O mundo irá acreditar que antes do abismo você está feliz.

Seja um menino bonzinho

Seja um menino bonzinho.Você sabe,daqueles meninos que fazem tudo certo e tem uma cara de adulto a todo momento.As pessoas gostam disso.Não seja ansioso e fique na fila,responda quando for perguntado Sim,senhor,não senhor,pois não.Encaixe as peças nos respectivos buracos,os certos.Não tente buracos alternativos que não há encaixe possivel.E faça no menor tempo.Seja inteligente sem parecer.As pessoas não gostam de meninos mais espertos que elas.Só finja o absolutamente necessário e nunca minta, a não ser pra evitar a mágoa.
Obdeça,siga,pare,dê a volta,role,deite,
beba leite,evite carne,não fume aqui,
fale baixo,finja de morto,seja casto,
seja alegre,seja agradável,seja puro,
fresco,hype,in,mudo,moda,belo,magro,
aço,jovem,ousado,imaculado,firme,controlado,
social,perfeito,sarado,bemdotado,atilado,fiel,
crente,sorridente,compreensivo,
adestrado,liso,destro,ereto,demarcado,
fino,apessoado,escovado,banhado,ardente,
al dente,perfumado,sóbrio,gostoso, informado,
fogoso, incansável,bravo,
seja tudo e seja nada,seja o melhor pra todos e irão amar você até o inferno mais próximo de casa.

Seja um menino bonzinho senão o cisne negro dos sonhos vem devorar teus pés numa noite sem estrelas,durante um sonho onde você corre para parte nenhuma,numa realidade adiabática e anemica.Onde você corre nu num mosaico de formas indefinidas prontas como tigres famintos alçando a jugular.O cisne negro dos sonhos te espera no momento de agonia quando você se engasga de medo,quando as listas de afazeres não foi completa,quando o saldo não é suficiente,quando o relógio marca um atraso,quando a mentira salta diante dos olhos do mundo e você fica feio e velho e cansado e deselegante.Ele vem pra cima de você com suas asas de petróleo e te envolve num abraço tenaz de gelo e arrebenta teu peito com as lágrimas dos anjos.E te beija na boca e mete uma língua descamada coberta de fotografias antigas e filmes em super 8 daqueles Domingos eternos de cabelos curtos no playground do prédio,de lembranças daquele beco cheirando a sexo curioso e olhares repentinos,fulminantes.

Diante dele só a verdade.Você não foi bonzinho.Está condenado a marchar na escuridão.

sexta-feira, agosto 18, 2006

Continuando com Thom,agora The Clock

A proposta de utilizar o violão foi absolutamente horrivel.Destruiu a música na sua simplicidade eletrônica.O original é muito superior.Na falta e um clip oficial...




Time is running out for us
But you just move the hands upon the clock
You throw coins in the wishing well
For us
You just move your hands upon the wall

It comes to you begging you to stop
Wake up
But you just move your hands upon the clock
Throw coins in the wishing well
For us
You make believe that you are still in charge

The eraser (Cymbal Rush) com Thom Yorke

Descobri duas coisas nessas semanas.O Youtube e o album The eraser,solo de Thom Yorke,do Radiohead. Juntei os dois e posto aqui.


Try to save it but it doesn't come off the rug
Try to build a wall that is high enough

s' all boiling over a
All boiling over

Try to save your house
Try to save your songs
Try to run
But it follows you up a hill

s' all boiling over
All boiling over
Your loved ones
Your loved ones

Normal conversation
Normal conversation
You should a took me out while you had the chance
You should a took me out while you had the chance
All the rooms renumbered
And the losers turned away
Don't turn away
Don't turn away

There were ten in the bed and the little on said roll over